Clipagens

Animação ganha o seu festival



É fato que Pernambuco é um pólo produtor de cinema, fala-se até na sua condição desegundo eixo, ao lado daquele formado por Rio de Janeiro e São Paulo. Mas, a novidade que aos poucos se concretiza é a consagração do Estado como referência também na área do cinema de animação. É neste cenário animador que começa hoje o Animage – I Festival Internacional de Cinema de Animação de Pernambuco. Com uma programação que inclui filmes pernambucanos e produções de outros seis países, entre os quais Coréia do Sul e França, o festival segue até domingo no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, Derby. Todas as sessões terão início às 16h, com entrada franca. O Animage exibirá 54 filmes entre curtas e longas-metragem nas mostras competitiva e não-competitiva. Segundo o idealizador do evento, Antônio Gutierrez, a proposta é que o festival se torne referência na área. “A gente não está fazendo para ser uma edição apenas. Esperamos que o festival se fortaleça e cresça”,explica.. O festival abre as exibições com a Mostra Infantil, que traz títulos internacionais como o canadense Baloons, de Jonas Brandão, e o sul-coreano Hug, de Lee Sang Hui. Os realizadores das animações participantes da mostra competitiva concorrem a troféus e prêmios que somam R$ 7 mil. Na sexta-feira, às 18h, no Sítio da Trindade, serão exibidos filmes numa mostra não-competitiva. As sessões são gratuitas. A programação do Animage também oferece oficinas em diversas áreas como stop motion, introdução em jogos e animação experimental. Com núcleos como o da Faculdades Integradas Barros Melo, que possui curso de graduação em Cinema de Animação, a produção pernambucana tem espaço no Animage. As produções locais são colocadas lado a lado com filmes internacionais. O público poderá conferir O jumento santo e a cidade que se acabou antes de começar, de Leo D. e William Paiva (hoje). William, inclusive fez parceria com Filippe Lyra na direção de Voltage, uma animação experimental em 2D que trabalha uma forte relação entre a trilha sonora e a imagem, com personagens que lembram sintetizadores. Logo após Voltage, será exibido o curta Lúmen, que se utiliza de técnicas como stop motion para falar de um ser criador, que não consegue ter idéias. Sem diálogos, a construção das duas animações se aproximam. Ambas serão exibidas amanhã. Segundo Pedro Severien, curador do festival, a idéia foi colocar, a cada dia, filmes que tivessem um diálogo com o filme seguinte, para que no fim o público pudesse ver essa relação que pode se dar através da técnica, da temática ou da estética. Monkey Joy, de Amir Admoni, animação holandesa que demorou cerca de seis meses para ser finalizada, é uma das atrações internacionais do Animage, que traz ainda filmes com extensas carreiras em festivais como a animação paulista Tyger, de Guilherme Marcondes. A animação, que participou de mostras internacionais e foi premiada em países como França e Bélgica, conta a história de um tigre que caminha por São Paulo e transforma pessoas e coisas em plantas e animais. O festival conta ainda com a exibição de três longas-metragem animados. Entre eles o desenho Garoto Cósmico, de Alê Abreu, que demorou sete anos para ser concluído. O filme é feito à moda tradicional – os desenhos são feitos à mão e os computadores entraram apenas na finalização (quinta às 20h30). O encerramento do evento é no domingo, a partir das 15h, no Cinema da Fundação. Na ocasião são apresentados os trabalhos realizados pela oficina e anunciados os filmes ganhadores, que serão re-exibidos. Opções não vão faltar para aqueles que se interessam pelo mundo da animação, um espaço onde sintetizadores têm emoções e tigres são mágicos. “Trabalhar com animação é encantador e por isso agrega tanta gente”, diz Gutierrez.

voltar

Nós usamos cookies

Eles são usados para aprimorar a sua experiência. Ao fechar este banner ou continuar na página, você concorda com o uso de cookies.  Política de Cookies   Política de Privacidade.
Aceitar