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Com quantos profissionais se faz um game?



Multidisciplinar, o trabalho de construção de games abre várias frentes para quem quer dar sua contribuição no fantástico universo animado. Do roteirista (o game designer), passando pelo programador e o artista, o compositor da trilha sonora até o tester, que vai passar seus dias buscando bugs nos produtos a serem lançados. Uma média de dez profissionais estão por trás da construção de um jogo eletrônico. “É um sentimento de orgulho ver que o jogo desenvolvido por mim é admirado e aprovado por várias pessoas”, diz José Carlos de Moura Júnior, 25 anos, gerente de projetos da Jynx que tem em seu currículo games como o Crazy Penguim Catapult. Edgar Moreira, artista 3D da Playlore, declara ser gratificante fazer arte para qualquer jogo, mas especialmente para o Star Wars. “Como atuamos no mercado internacional de games, sei que eles serão utilizados por milhares de pessoas. Mas, pelo Star Wars, tenho um carinho especial por ser um dos apaixonados pela série do cinema, cujos filmes vi várias vezes.” Mas o mercado de games em Pernambuco sofre com uma realidade que acomete os setores ainda em desenvolvimento no País: a falta de profissionais qualificados. “A cadeia de educação vai se formando a partir da demanda da indústria. Como se trata de um ramo recente, nunca recebemos aqui um profissional pronto. As universidades já entregam gente capacitada ao mercado, mas não voltados para o game”, sinaliza Maurício Carvalho, diretor da Playlore. “Dificilmente vai chegar na nossa empresa alguém que já tenha trabalhado na área. Então nós temos que preparar nossos próprios funcionários. É um alto investimento para formar e depois para mantê-los. Até mesmo quem trabalha com computação não faz ideia de como produzir jogos”, analisa Vicente Vieira, diretor-executivo da Manifesto Games. Na Jynx, os produtores de games oferecem aulões abertos para repassar o conhecimento, já que se contam nos dedos quantos cursos técnicos existem no Recife para quem quer se especializar na área. ONDE ESTUDAR Saga - O aluno aprende o beabá do design gráfico – criação do personagem no papel, modelagem, escultura, proporção, detalhes como tom de pele, cabelo, indumentária, musculatura e movimentos da face, para depois começar a desenvolver no computador em 3D. O custo é de R$ 3,5 mil em 34 meses, e chega a R$ 9 mil para cursos avançados, com dois anos de duração. Informações: www.saga.art.br Senac - Em 12 disciplinas, é ensinado o uso das ferramentas de design gráfico e criação de texturas orgânicas e inorgânicas. Há ainda cadeiras para motivar o aluno, através da abordagem do empreendedorismo, a abrir seu próprio negócio. O investimento é de R$ 1.600 em cinco parcelas. O curso tem carga horária de 260h. Informações: www.pe.senac.br Não é de hoje que o assunto "formação" vem sendo discutido entre as instituições de ensino. Segundo o professor do Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Geber Ramalho, apesar de não haver cursos universitários focados em games, o Estado não está atrasado. “Há muitos anos Pernambuco é um dos polos de referência no Brasil no quesito jogos, se não for ‘o’ polo”, afirma, para explicar: “Em termos de dinâmica, atuação da academia e número de empresas somos o Estado mais ativo. A UFPE foi a primeira na América Latina, em 2000, a oferecer a cadeira de desenvolvimento de jogos nos cursos de Ciência e Engenharia da Computação. Existe a intenção de oferecermos um mestrado em Mídias e Jogos, talvez em 2011”, adianta. Dentro da UFPE, o laboratório de game design, no Centro de Artes e Comunicação (CAC) da UFPE, é um dos espaços mais disputados pelos alunos do curso de Design. Em Olinda, na Faculdade Barros Melo (Aeso), uma cadeira com foco em interface digital para games faz parte da graduação em design gráfico. “Estamos começando a sentir para onde aponta o mercado local, já que nossa formação é voltada para o trabalho”, diz Patrícia Amorim, coordenadora do curso. Procurando por cursos que deem subsídios para os interessados em construir carreira direcionada a games, a reportagem encontrou a Saga e o Senac, ambas para quem pretende investir na área artística da profissão e atuar como designer de games. Há ainda a Escola Cícero Dias. Parceria do Oi Futuro com a Secretaria de Educação do Estado e o C.E.S.A.R, o programa Núcleo Avançado em Educação (Nave), sediado na escola, sugere os primeiros passos para quem quer ingressar no mundo dos games através de curso que abrange tanto programação quanto design de jogos.

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