Clipagens

É errando que se aprende?



Errar de curso. Eis o dilema enfrentado por diversos jovens quando estão no meio da faculdade. Se escolher a carreira que deseja seguir já é difícil, deixar o curso superior é uma dor de cabeça que envolve prejuízos financeiros e perda de tempo. Apesar disso, a experiência mostra que tentar se encontrar numa nova profissão é mais válido que insistir num erro. Carolina Medeiros, 28 anos, está concluindo direito, mas a trajetória foi longa até ela encontrar o curso certo. Influenciada pela profissão dos pais, Carolina tentou por três anos entrar no curso de medicina, até que foi aprovada no vestibular na UFPE, mas em menos de seis meses ela descobriu que estava no lugar errado. Ela não demorou muito e começou a estudar jornalismo, na Unicap, e letras, na UFPE, mas a decisão apressada culminou numa nova frustração. Ao chegar na metade dos dois cursos fez um novo vestibular, agora para direito. Uma opção que estava fora de cogitação no seu primeiro vestibular, mas que deu certo. “Hoje não tenho nenhuma dúvida, estou adorando o curso. Demorei, mas não me arrependo das minhas decisões.” Como tinha o hobby de tocar violão, Marcelo Zenaide, 31, decidiu estudar música. Um sonho de adolescente que só chegou ao primeiro período. O gosto pela tecnologia e as boas perspectivas de mercado o levaram à UFRPE para estudar licenciatura em informática. Apesar de se identificar com o conteúdo, ele ainda não se encontrava dentro do curso, mas percebeu que as disciplinas que mais lhe interessavam eram justamente aquelas ligadas à pedagogia. Marcelo decidiu deixar o curso, que estava na metade, se estabilizar economicamente primeiro para depois voltar a estudar com tranquilidade, agora o curso de pedagogia. “Escolher esse curso foi fruto de muita reflexão. Errar as opções foi até um processo terapêutico de ir me descobrindo.” Para não perder tudo o que foi apreendido na faculdade, tanto Marcelo Zenaide, como Carolina Medeiros, decidiram aproveitar o conhecimento dos cursos que haviam feito no novo direcionamento profissional que buscaram. Marcelo, que ainda trabalha com informática, pretende unir a tecnologia à educação. Carolina levou as discussões do jornalismo para as suas pesquisas em direito, estudando temas como comunicação e liberdade de expressão. “O aluno precisa avaliar se, apesar da profissão escolhida não ser aquela, o conteúdo pode lhe ajudar de alguma maneira para que o prejuízo seja menor”, indagou Alcida Bezerra, psicóloga clínica que trabalha com os alunos concluintes do ensino médio do Colégio Damas.

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