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Imagem, pra que te quero?



A imagem é uma ferramenta poderosa para a construção da memória de uma região. De olho nisso, a 3ª Semana de Fotografia do Recife adota como tema principal a História de fotografia de Pernambuco, na tentativa de discutir e resgatar a produção. Para isso, o evento - que começa no domingo e segue até o próximo sábado - promove duas palestras reunindo nomes de realizadores pernambucanos expressivos. "A partir de um colóquio de fotografia realizado na Aeso, a gente percebeu o quanto Pernambuco não conhece o seu universo da fotografia", justificou o coordenador do evento, Mateus Sá, durante coletiva de imprensa ontem na Prefeitura do Recife. Nas mesas estarão presentes seis fotógrafos, desde os veteranos Edmund Dansot e Alcir Lacerda até a geração dos anos 1990. "Eles vão mostrar fotos, falar dos seus trabalhos e contar curiosidades que envolvem a carreira deles", explicou. Além dessas mesas, a Semana de Fotografia também trará uma série de debates para discutir assuntosque cercam o mundo da fotografia. Na pauta estão temas como a diversidade da produção contemporânea, mercado fotográfico, curadoria e colecionismo, memória, imagens em movimento e direito do uso de imagem. Esta última problemática será trabalhada por José Roberto Comodo e Clayton Soares, especialistas na questão. As palestras acontecem em três lugares diferentes: na faculdade Aeso, em Olinda, no Teatro Maurício de Nassau e Centro Cultural dos Correios, no Recife Antigo, onde se concentra a maioria das ações. É no Centro que também haverá as exposições de Camilo Soares, Maria Helena Marinho, a reapresentação de Fono Fotografia, do espanhol Hector Bemejo, e a intervenção urbana de Marcelo Lyra e Tonho Ceará. Este ainda participa, em parceria com Luiz Santos, com a exposição Pé-de-parede, vencedora do Prêmio Porto Seguro. A descentralização da Semana, porém, ocorre graças às seis oficinas oferecidas e a Mostra Recife de Fotografia, projetando uma série de imagens dos 59 selecionados, entre os 87 inscritos. "Como as fotos serão exibidas, procuramos trabalhos que unissem as duas linguagens, analisando enquanto foto, mas que pudessem ser explorados no vídeo", disse o fotógrafo Eduardo Queiroga, que integrou a comissão de seleção. A divisão dos dias da Mostra foi organizada de acordo com temáticas e aproximações estéticas. "A seleção foi um espelho da diversidade da fotografia contemporânea. Recebemos muitos trabalhos documentais de fotojornalismo e de experimentações mais autorais. Tem um dia que vai ser mais voltado para essa experiência audiovisual, que tira proveito da sequência e do som", observou Queiroga. Com orçamento de R$ 170 mil (sendo R$ 100 mil dos Correios, R$ 50 mil da Fundarpe e R$ 20 da Prefeitura), a Semana de Fotografia ainda oferece três leituras de portfólio com o carioca Rogério Reis e os paulistas Juan Esteves e Rosely Nagawaka. "É importante que a produção local seja submetida a pessoas experientes, que participam de curadorias de eventos no Brasil. Com isso, elas acabam conhecendo os trabalhosdaqui", observou Mateus Sá.

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