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Paulo Bruscky ganha sala especial na Bienal de Havana



O reconhecimento internacional do artista plástico pernambucano Paulo Bruscky alcança um novo patamar com sua participação na Bienal de Havana, que acontece a partir do próximo dia 28, na capital cubana. Entre os mais de 200 artistas de 44 países, ele faz parte de um grupo de apenas dez a ganhar uma sala especial no evento, um dos mais importantes do gênero do mundo. Além disso, ele é o único a ter uma retrospectiva, sob a curadoria da diretora de Difusão Cultural da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Cristiana Tejo. Além de Bruscky, o pernambucano Zé Paulo também vai a Havana. Durante a Bienal, também será lançado o livro “Paulo Bruscky: Arte em Todos os Sentidos”, de Cristiana Tejo. Diferente da Bienal de São Paulo, que também organizou uma mostra especial de Bruscky em sua edição de 2004 ao remontar seu ateliê no Pavilhão do Ibirapuera, a ênfase na exposição em Cuba fica menos no processo criativo e mais nos trabalhos em si. Lá, estarão em evidência exemplares de arte-correio, poesia visual, registros de intervenções urbanas e documentários sobre sua obra. As peças serão acomodadas em uma galeria que fica dentro de uma biblioteca, lugar bem adequado para um artista que faz da catalogação e arquivamento de obras duas de suas ações mais importantes. Essa valorização lenta, mas consolidada, da carreira de Bruscky também acompanha a volta da arte nos anos 70 - principalmente a infiltração da política como tema central da arte latino-americana - como objeto especial de interesse. “Quando os curadores entraram em contato com a obra de Bruscky, deu pra perceber uma sensação de espanto em ver um trabalho como o dele”. A escolha do artista para figurar como destaque em um mega evento que tem como tema “Integração e Resistência na Era Global” parece especialmente adequada, ainda mais se levarmos em conta a trajetória essencialmente contestadora desse artista que demorou décadas para ter seus trabalhos compreendidos pelo circuito nacional e internacional de arte. “Minha obra não é fácil de ser consumida, mas ao mesmo tempo nunca procurei críticos. Minha função é produzi-la”. Após a volta de Bruscky, os desdobramentos da Bienal continuam. Como o artista teve patrocínio governamental (cerca de metade do valor total da mostra, de R$ 240 mil), o Salão de Artes Plásticas inclui uma palestra ou oficina do artista como parte de sua programação.

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