Clipagens

Vale Curtas premia dois pernambucanos



Em Juazeiro(BA), aconteceu, entre 1º e 8 deste mês, mais uma edição do festival Vale Curtas, que este ano homenageou dois cineastas: o baiano Roque Araújo, mais conhecido pelo seu trabalho com Gláuber Rocha, e o pernambucano Fernando Spencer. Mostrados também na vizinha Petrolina, os curtas foram enviados de quase todos os Estados da federação, com ênfase para Rio e São Paulo que, não por acaso, levaram os dois primeiros lugares na seleção nacional. O melhor curta foi 69 – Praça da Luz, de Carolina Markovicz e Joana Galvão, de São Paulo. Em segundo lugar ficou Os 3 Porquinhos de Cláudio Roberto, do Rio. Os pernambucanos William P e Léo D chegaram em terceiro, com O Jumento santo e a cidade que se acabou antes de começar. Pelo gênero ficção, Cavi Borges (RJ) levou o prêmio com Engano. Também do Rio, veio o curta que ganhou o prêmio no gênero experimental, Emprego temporário, de Leonardo Esteves. O citado Os 3 porquinhos, de Cláudio Roberto, levou o prêmio de animação, enquanto 69 - Praça da Luz ganhou no gênero documentário. Os filmes produzidos localmente concorreram numa categoria especial. O melhor deles foi Depois que o rei morria, de Lemonier Ângelo de Souza, de Petrolina. Ganharam menções honrosas O Velho Chico e Os anos dourados da navegação, de Marcos Carvalho e Izabel Pontes (Petrolina e Juazeiro) e Crise, de Cecílio Bastos (Juazeiro). O festival foi aberto também para clipes, e quem levou o primeiro lugar foi Micróbio do frevo, clipe de Silvério Pessoa, dirigido por Lula Queiroga e Eric Laurence (PE). Em segundo ficou Desconstruindo o imaginário, de Luís Eduardo Alves Gomess, do Rio. O prêmio especial do júri foi concedido para Juazeiro na esteira do tempo, de Luís Osete, de Juazeiro (BA). Um momento especial do Vale Curtas foi a exibição de três filmes do fotógrafo e cineasta Euvaldo Macedo, de Juazeiro, falecido precocemente em 1982. Euvaldo Macedo, que foi também poeta e escritor, deixou um acervo vasto e que só agora vem sendo mais divulgado (durante o festival foi lançado também um livro com fotografias, em preto & branco, feitas por ele nos anos 70). Os negativos do três curtas de Macedo permaneceram 31 anos em mãos de sua viúva e só este ano foram enviados para Salvador, onde foram trabalhados pelo baiano Roque Araújo. Visionário, Euvaldo Macedo documentou oportunamente as mudanças que se processavam naquela região com a construção da barragem de Sobradinho. Um de seus curtas, Curral das barcas, é um documento precioso do ocaso dos vapores que navegavam por todo São Francisco, e que saíram de cena depois da construção de Sobradinho.

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