“A mídia deve servir à população”, diz Jô Mazzarolo em palestra na AESO


Institucional
outubro. 14, 2004

Discutir a crise da mídia é uma das propostas defendidas na 2ª Semana Nacional pela Democratização da Comunicação. Desde o dia 11, escolas de comunicação do estado estão abrindo espaço para debater a qualidade das informações levadas à população. A palestra contou com a participação de profissionais com diferentes atuações dentro do Jornalismo, entre eles Ivan Moraes Filho, Dani Acioli, Micheline Américo, Mariana Pires e Jô Mazzarolo. A estudante Mariana Pires deu início às discussões traçando um histórico da democracia no Brasil, apontando problemas e soluções. “A fonte mais eficaz para alcançar essa democracia é a união e a luta. As pessoas mobilizadas conseguem ter o potencial de mudar a realidade”, disse Mariana, representante da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS). Ivan Moraes Filho, do Centro de Cultura Luiz Freire, desenvolveu o tema ‘Monopólios e Oligopólios da Comunicação’. A Constituição brasileira foi a base da explanação do jornalista. Ele explicou com detalhes alguns artigos que falam sobre concessões públicas, mostrando o quanto é falha a Constituição de 88 e como essas leis deram abertura para a criação de grandes grupos familiares, que hoje controlam a mídia nacional. Micheline Américo falou sobre sua experiência com Comunicação Comunitária, na produção do programa Rádio Mulher, projeto desenvolvido pelo Centro das Mulheres do Cabo. Esse programa é transmitido pela Rádio Quilombo, situada na Zona da Mata Sul de Pernambuco, e tem como objetivo veicular uma programação de qualidade voltada para as mulheres. “O projeto Rádio Mulher prova que é possível fazer uma comunicação ética, compromissada, verdadeiramente social e com audiência”, explicou Micheline ao lembrar que muitos programas exibidos atualmente subestimam a inteligência das mulheres, banalizam a violência e discriminam negros e homossexuais. A Diretora de Jornalismo da Rede Globo Nordeste, Jô Mazzarolo, também esteve presente e falou sobre o que significa informar, quais são as funções dos veículos de comunicação e a importância da TV aberta para a população brasileira. “Nós precisamos que a informação chegue à população”, disse. Jô Mazzarolo acredita que consegue desenvolver um bom trabalho no tempo cedido pela Rede Globo nacional para as notícias locais. Afirma também não precisar de mais espaço, pois isso implicaria na diminuição da qualidade dessas matérias. “Eu defendo o fazer direito, o fazer bem feito. Retratar de maneira fiel o que acontece”, afirmou Jô. O debate foi aberto ao público e passou por assuntos como ética, imparcialidade e o desgaste dos profissionais do Jornalismo, além da discussão de que a população precisa ter acesso à produção das informações. “As pessoas precisam se ver como elas querem e não como alguém (os veículo de comunicação) lhes impõe”, finalizou Mariana Pires. A Semana de Democratização da Comunicação vai terminar no domingo, dia 17 de outubro, com a primeira mobilização nacional ´Quem financia a Baixaria é Contra a Cidadania`. A concentração vai acontecer na Avenida Boa Viagem, em frente ao Acaiaca, a partir das nove horas da manhã. (Carol Araújo) (Fotos: Hugo Rômulo)

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