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Animação pernambucana é feita na raça e força de vontade


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Em 2017 é comemorado o centenário da animação brasileira. Uma história longa, mas que em Pernambuco começou a ser escrita um pouco mais tardiamente, somente agora, tem vivenciado seu momento de explosão. A área tem visto um franco crescimento de profissionais que valendo-se sobretudo da vontade de animar, têm caprichado na produções - em quantidade e qualidade.

Pernambuco viu suas primeiras animações no final dos anos 1960. Na década seguinte, 1970, o volume de produções aumentou expressivamente e nomes como o de Lula Gonzaga e Patrícia Alves, começaram a ficar conhecidos - esta última produzindo mais a partir de 1980. A partir de 1990, Lula passou a ensinar o ofício e então surgiu uma nova geração de animadores, como André Rodrigues e Rafael Barradas, entre outros, que já dispunham da tecnologia digital e computadores e programas mais avançados, vivenciando uma outra circunstância de criação.  

Essa história é contada no livro História do cinema de Animação em Pernambuco, do professor do Núcleo de Design e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Marcos Buccini. Ele conta que só a partir dos anos 2000, com auxílio da informática, festivais e programas de incentivo do governo como o Funcultura é que mais pessoas passaram a trabalhar com animação. O marco desse 'boom' foi a criação do Núcleo de Animação da AESO, em 2005 - hoje desativado -, fundado e coordenado por ele. A partir de então, o Estado "entrou no mapa da animação brasileira".

A partir de então, a produção só aumentou: "Hoje a gente tem uma realidade completamente diferente que é uma realidade em que há séries para TV, a partir da lei da TV paga isso gerou várias oportunidades de trabalho." O professor cita, como exemplo de sucesso, o Mundo Bita, série criada pelo pessoal da Mr. Plot, e 100% pernambucana. "Nesta última década produziu-se mais do que o dobro do que nas outras décadas".

Outra série que, em breve, estará levando o nome de Pernambuco para várias televisões ao redor do país é a Bela Criativa, da Z4 Estúdio. Marcelo Vaz, sócio-diretor da Z4, conta que o trabalho contou com cerca de 10 animadores, desses, seis locais. "A cada dia está aumentando a quantidade de animadores, embora a gente sinta falta de mais escolas que ensinem presencialmente aqui", diz.

Dificuldades

Mão de obra qualificada é um dos maiores problemas para o mercado de animação local. Marcelo conta que a maioria dos animadores pernambucanos lidam mais com a parte de 2D, deixando trabalhos relacionados a 3D mais difíceis de serem feitos. A falta de cursos profissionalizantes na área também é apontada por Marcos Buccini: "Ainda falta mão de obra, falta formação, um curso que realmente ensine o básico da animação e a questão técnica, os programas adequados, formação é um gargalo grande que a gente tem". Porém, ambos citam os festivais como Animacine e Animage como ótimos meios de aprendizado através das oficinas oferecidas.

Característica pernambucana

A falta de cursos e preparatórios presenciais acabam por dar aos animadores pernambucanos um característica típica, todos acabam aprendendo 'na raça', tornando-se autodidatas. "Hoje em dia você tem tutoriais, facilidade de acesso aos programas, até a questão de vídeo aulas. Não vejo muita dificuldade de uma pessoa autodidata entrar nisso aí".

Fonte: Leia Já

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